
Enfermagem em prol de transfusões seguras
A ciência que estuda o sangue, a hematologia, pode contar com o trabalho desenvolvido pelo enfermeiro, desde a coleta até a transfusão. É mais um espaço alcançado pelo profissional do cuidar, que exige conhecimento especializado e comprometido
A hematologia, ciência que estuda o sangue, seus distúrbios e doenças, é mais um campo que a enfermagem está atuando. Assim como em diversas áreas da saúde, o papel desse profissional na hemoterapia tem sido de grande relevância. É um trabalho minucioso, dotado de vários aspectos peculiares e exigindo a flexibilização e múltiplos conhecimento diante da necessidade do cliente de hemoterapia.
O enfermeiro pode ocupar diversas funções dentro da hemoterapia, que vão desde a supervisão de doador de sangue durante o processo de doação, do processo transfusional – realizando avaliações clínicas e técnicas de solicitações de transfusão de hemocomponentes do sangue, e na orientação sobre as possíveis intercorrências e acompanhamento das mesmas.
Além disso, o enfermeiro, juntamente com a equipe multiprofissional, participa da evolução do receptor com atenção voltada para minimizar significativamente os riscos e danos, para que o processo transfusional ocorra com eficiência e tenha a recuperação desejada pelos profissionais envolvidos. Vale ressaltar sua assistência mais humanizada, voltada para a competência da prática especializada e extremamente importante no momento em que o paciente tem sua saúde fragilizada, necessitando de aportes e cuidados especiais.
No Brasil, as competências e atribuições do enfermeiro em hemoterapia são regulamentadas conforme a Resolução Nº 306/06, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Segundo esta Resolução, o enfermeiro deve planejar executar, coordenar, supervisionar e avaliar os procedimentos de hemoterapia nas unidades de saúde, visando assegurar a qualidade do sangue, hemocomponentes e hemoderivados para o paciente.
Além da preocupação com a qualidade do sangue, a Resolução nº 306/06 prevê que o enfermeiro assista de maneira integral aos doadores, receptores e suas famílias – tendo como base o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Também cabe ao enfermeiro realizar a triagem clínica, visando à promoção da saúde e à segurança do doador e do receptor, minimizando os riscos de intercorrências.
Qualificação – A hematologia acelera rumo a novos conhecimentos, sendo necessário a formação de novos profissionais especializados nas diferentes áreas do conhecimento, incluindo os enfermeiros. A ampliação das conquistas tecnológicas reflete diretamente também na Enfermagem, exigindo que os profissionais busquem cursos de especialização para aprofundar seus conhecimentos.
O enfermeiro Emídio Ribeiro da Silva, chefe da Divisão de Distribuição e Transfusão do Hemocentro de Goiás, alerta que para garantir a qualificação mais especializada é essencial que o enfermeiro receba capacitação teórica na instituição onde atua, participando de cursos de aprimoramento.
Emídio Ribeiro explica que tendo em vista que a hemoterapia possui assuntos específicos, não abordados na totalidade durante a formação da graduação em Enfermagem, é importante que o profissional busque aumentar seu conhecimento. “A formação generalista serve como base para o aperfeiçoamento e conhecimento específico, para que se forme um profissional especialista”, diz. (Colaborador: Emídio Ribeiro da Silva)
SAIBA MAIS
O que é hemoterapia?
É o emprego terapêutico do sangue, que pode ser transfundido com seus componentes (hemocomponentes) e derivados (hemoderivados).
Quais são os hemocomponentes?
Concentrado de hemácias, plasma fresco congelado, concentrado de plaquetas e crioprecipitado.
Quais os hemoderivados?
Albumina, imunoglobulinas e fatores da coagulação (Fator VII, Fator VIII, Fator IX, além dos complexos protombínicos) – todos fabricados através da industrialização do plasma.
Fonte: Coren GO