
Segurança do paciente para obter melhor resultado no atendimento
Viabilizar o cuidado do paciente com segurança é tema de grande de preocupação em todo o mundo, sendo inclusive alvo de Aliança Mundial criada pela OMS. Sem dúvida, os profissionais de enfermagem podem fazer muito para alcançar o cuidado seguro
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos, centenas de milhares de pacientes sofrem danos ou morrem devido à falta de segurança em procedimentos médicos ou hospitalares. Como resultado, esses pacientes ficam com sequelas temporárias ou definitivas. A OMS aponta ainda que a segurança dos pacientes é um princípio fundamental dos cuidados de saúde, pois cada etapa do processo de prestação de cuidados possui certo grau de insegurança inerente. A partir disso, surgem diversos questionamentos sobre medidas que devem ser tomadas a fim de reduzir ao máximo possível os riscos enfrentados por quem precisa de cuidados médicos e hospitalares.
Para contribuir com a segurança do paciente, em 2004, a OMS lançou a Aliança Mundial Para Segurança do Paciente, que visa auxiliar indivíduos e organizações na melhoria de sua compreensão e conhecimento sobre o tema. Tendo em vista que a equipe de enfermagem representa praticamente 60% da força de trabalho em saúde, não há dúvidas de seu papel fundamental nos processos que envolvem a atenção ao paciente. É vital que a categoria lance um novo olhar sobre suas práticas cotidianas e identifique possíveis falhas no processo de gerar erros.
Pequenas ações podem ser inseridas na rotina do trabalho da enfermagem dentro das unidades hospitalares e no atendimento domiciliar com o claro propósito de levar mais segurança ao paciente. Independente de quais sejam as medidas adotadas, o contato com os familiares e a qualidade da comunicação entre os profissionais de saúde são essenciais para o sucesso do cuidado do paciente.
Identificação do Paciente
Problema: Erros de identificação do paciente podem causar sérias consequências para sua segurança. Os problemas podem ir desde erros de medicação, transfusão de hemocomponentes, procedimentos realizados em pacientes errados ou em locais errados, trocas de bebês, entre tantos outros. Ao paciente além do dano físico, ainda lista-se o desconforto psicológico por se sentir desprotegido.
Ação pró-ativa: Todos os profissionais de saúde devem participar ativamente do processo de identificação, admissão, transferência ou recebimento dos pacientes de outra unidade. Esses cuidados devem ser tomados antes de qualquer tratamento, procedimento, administração de medicamentos e soluções. A identificação correta pode ser feita através de etiquetas, prontuário, pulseira de identificação, e sempre que possível confirmar sua identidade junto aos parentes ou acompanhantes.
Higienização das Mãos
Problema: As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto, ou indireto – através do contato com objetos e superfícies contaminados.
Ação pró-ativa: Os profissionais de enfermagem devem higienizar suas mãos antes e após o contato com o paciente; antes e após a realização de procedimentos assépticos; após contato com material biológico; e após contato com o mobiliário e equipamentos próximos ao paciente. Vale lembrar que o uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos.
Conexões corretas de catéteres e sondas
Problema: É comum a prática de enfermagem que envolve a administração de medicamentos e soluções via catéteres e sondas. Entretanto, a infusão em vias erradas – como troca entre sondas enterais e catéteres intravenosos é um evento frequente. As consequências podem ser leves, mas podem chegar também a morte do paciente.
Ação pró-ativa: Pelo menos cinco passos devem ser tomados: priorizar catéteres, sondas e seringas que tenham dispositivos que evitem conexões incorretas; verificar todos os dispositivos antes de administrar medicamentos e soluções; identificar cada tipo de catéter com cores diferentes; orientar pacientes e familiares a não manusearem os dispositivos e incentivar pacientes e familiares a participar da confirmação dos medicamentos e soluções que serão administradas, seja nos cuidados domiciliares ou nas instituições de saúde.
Cirurgias seguras
Problema: As infecções e outras complicações pós-operatórias são também uma séria preocupação por todo o mundo. Embora as taxas de mortalidade e as complicações pós-cirúrgicas sejam difíceis de comparar, tendo em vista a variedade de casos, a OMS afirma que em países industrializados a taxa de complicações importantes foi documentada com ocorrência de 3-16% em procedimentos cirúrgicos em pacientes internados. Apesar da enorme melhoria no conhecimento sobre segurança cirúrgica, pelo menos metade dos eventos ocorre durante a assistência cirúrgica.
Ação pró-ativa: É preciso tomar medidas que tornem o procedimento cirúrgico mais seguro e a reduzir a possibilidade de ocorrência de danos ao paciente, promovendo a realização do procedimento certo, no local e paciente corretos. Para alcançar tais objetivos é indicada a utilização de uma ou de várias listas de verificação, de preferência que seja elaborada pelos serviços avaliando a complexidade dos procedimentos realizados. Uma dica é que estas listas de verificação sejam divididas de acordo com as diferentes etapas do processo, como por exemplo: montagem de sala cirúrgica, conferência dos documentos em prontuário, verificação do carrinho de anestesia, etc.
Comunicação Eficaz
Problema: O paciente recebe cuidados de diferentes profissionais e em diferentes locais. Um erro de comunicação pode levar a confusão, e consequentemente o tratamento oferecido pode ser contrário ao tratamento necessário.
Ação pró-ativa: Os profissionais de saúde precisam manter a rotina e uma comunicação eficaz e recíproca, para facilitar e alcançar os melhores resultados possíveis da assistência prestada ao paciente. Podem ser usadas várias formas de comunicação: escrita, telefone, eletrônica, verbal e outros. O importante é garantir a plena compreensão entre o que é dito e ouvido.
Fuente: Coren Go